Logística – maior entrave à exportação
As dificuldades de logística – como custo do transporte causado pelas más condições das estradas, tarifas cobradas em portos e aeroportos, e demora na liberação de mercadorias – são os principais entraves à competitividade do produto brasileiro destinado à exportação. A conclusão está em estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Burocracia e custos alfandegários são outros dos maiores desafios às vendas de produtos ao exterior.
O levantamento, feito com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi realizado entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016 com 846 grandes, médias e pequenas empresas. Os exportadores indicaram 62 entraves ao comércio numa escala de 1 a 5.
O custo do transporte, por exemplo, recebeu nota 3,61; as tarifas cobradas por portos e aeroportos, 3,44; e a baixa ação do governo em superar as barreiras à exportação ficou com 3,23. Entre os cinco maiores problemas apontados pelos exportadores, há ainda a oferta de preços competitivos (3,11) e as tarifas cobradas por órgãos anuentes (3,04).
Embora a burocracia tenha diminuído nos últimos anos, segundo a pesquisa, os entrevistados citam como obstáculos as leis conflituosas, o excesso de leis e a constante alteração de regras. Citam ainda o excesso de documentação, a demora na liberação de produtos e a dificuldade no conhecimento da legislação.
O gerente-executivo de comércio exterior da CNI, Diego Bonomo, aponta como uma das soluções a curto prazo a solução de questões burocráticas, como a unificação do recolhimento das taxas cobradas pelos governos federal e estaduais:
O primeiro passo é dizer quais são as taxas. Há o problema da coleta. É um caos administrativo. Uma das propostas é fazer um sistema de coleta única, assim como tem um único site para os registros. Se o governo recolher de uma só vez isso já daria.
A entidade defende, por exemplo, a volta do Reintegra – programa que compensa exportadores de custos tributários residuais na cadeia de produção – com uma alíquota de 3%.
Pesquisa realizada pela CNI há quatro anos apontava a taxa de câmbio, como o dólar se ajustou, os problemas estruturais apareceram.