Indústria 4.0 pode mudar o cenário do consumo de energia
O Brasil é ineficiente na geração e no consumo de energia elétrica, e não é apenas uma fonte de estudo que diz isso. A mais recente dela o Conselho Americano para uma Economia Eficiente em Energia que avalia as políticas públicas e as práticas empresariais de gestão de energia dos maiores países consumidores. Nesse ranking, o Brasil ocupa apenas a vigésima posição entre as 25 existentes. O que chamou a atenção foi a diferença de investimento em eficiência energética. Enquanto a Alemanha investe mais de US$ 2,5 bilhões por ano, o Brasil destina somente US$ 191 milhões.
O tamanho do desperdício de energia foi mensurado pela ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia). Entre 2014 e 2016, o Brasil desperdiçou o equivalente a 11.4 vez a produção anual da usina hidrelétrica de Itaipu. É como se o país tivesse desprezado R$ 61,7 bilhões, já que essa energia não foi utilizada de forma produtiva.
O setor industrial é um dos responsáveis por esse processo, pois consome 40% da energia gerada no país. Os motores elétricos consomem 68% da energia elétrica das fábricas e, quando não eficientes, tornam-se os grandes vilões do desperdício. No 8° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, realizado no mês passado pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), os expositores foram unânimes em reconhecer a importância da Indústria 4.0 como forma de tornar o setor industrial mais eficiente.
Nesse contexto, os sistemas inteligentes de geração de informação em tempo real promovem o aumento da eficiência, reduzindo paradas indesejadas e tendo um melhor controle sobre os recursos, por exemplo.
De acordo com estudo da consultoria McKinsey, nas fábricas inteligentes, a diminuição no consumo de energia pode chegar a 20%. E os ganhos não param por aí: redução de até 40% nos custos de manutenção, aumento da produtividade do trabalho de até 25% e maior precisão nas previsões de demanda.
A WEG, empresa multinacional com sede em Santa Catarina, oferece a “espinha dorsal da Indústria 4.0”: sensoriamento, internet das coisas e softwares de monitoramento e análise de dados. Entre os produtos comercializados, o destaque é para o WEG Motor Scan, cujo objetivo é monitorar o desempenho dos motores elétricos empregados nas fábricas.
Por meio do WEG Motor Scan, os dados são extraídos e enviados para a nuvem, permitindo ações preventivas voltadas para a redução do consumo de energia e para a correta manutenção dos motores. Essas informações podem ser acessadas em qualquer lugar e a qualquer momento a partir de um smartphone. Por causa do WEG Motor Scan, a Companhia foi a grande vencedora deste ano, na categoria de inovação de produto, do Prêmio Nacional de Inovação organizado pela CNI.
Outro produto inovador é o medidor inteligente SMW, certificado pelo Inmentro. As informações coletadas permitem que a distribuidora avalie como a energia está sendo entregue e consumida, bem como pode ser utilizado dentro da indústria e em máquinas para medição IoT do consumo de energia.
Fonte: www.valoronline.com.br