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Política industrial e tecnologia no Brasil

Sep 2, 2013 by     No Comments    Posted under: Política

Com presença de sindicalistas, economistas e um representante do governo, o terceiro painel do seminário “Reindustrialização do Brasil”, realizado nesta segunda-feira (26/08) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, teve como tema “Instrumentos de política industrial e tecnológica para incentivar a reindustrialização do Brasil”.

De acordo com Antonio Fernandes dos Santos, da Central dos Sindicatos Brasileiros, educação é uma das políticas mais importantes para o processo de reindustrialização.

“Precisamos de menos bacharéis e mais técnicos. Nosso sistema de educação hoje não acompanha a realidade e as necessidades do País”, afirmou o sindicalista. “Países que avançaram na questão da inovação e da tecnologia tiveram a educação como primeira preocupação.” As questões da propriedade da inovação e o financiamento são outros pontos fundamentais, de acordo com Santos.

“Não é possível que o Brasil tenha menos de 0,5% do PIB investido em inovação e desenvolvimento de novos produtos. A nossa maior luta é com os rentistas, que consomem 44% do orçamento do país.” Seguindo na mesma linha, Claudio Prado, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, falou da necessidade de melhorar a educação e diminuir o déficit de mão de obra. Mas concentrou sua palestra na defesa da pequena e média empresa.

“Se o governo colocou que o consumo seria o ponto principal, temos que desenvolver a cadeia produtiva como um todo, não dar prioridade apenas para aqueles que são maiores”, defendeu. “Cinco pontos são fundamentais para o avanço da nossa indústria: qualificação profissional, melhoria das relações trabalhistas, adensamento da cadeia, justiça tributária e uma política de nacionalização dos importados”, completou Prado.

Mostrando preocupação com a atual situação cambial, José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, afirmou que a desvalorização coloca em evidência, mais uma vez, a necessidade de uma rever a questão tarifária brasileira.

“Essa estrutura foi sendo, nos últimos anos, objeto de muitas intervenções pequenas e localizadas e, no geral, perdeu a funcionalidade que teve há alguns anos, de proteger os insumos básicos industriais e ir descendo à medida que chegava à ponta”, disse Mendonça de Barros, que considera “indispensável” a revisão da proteção às matérias primas e insumos básicos.

Gasto público foi o tema central da palestra de Mansueto de Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “Todos concordamos que o Brasil tributa muito e dá muito pouco em qualidade de serviço. Mas quando a gente começa a olhar como é a estrutura do gasto público no Brasil e pergunta o que cortar, ninguém concorda.”

Outra questão preocupante, segundo Almeida, é que o Brasil dá créditos subsidiados para grandes empresas e não aposta nas pequenas e médias e ainda está discutindo a questão da infraestrutura, uma agenda velha, em vez de estar investindo em inovação. “Se queremos incentivar a inovação no Brasil, vamos ter que mudar os programas públicos e estar disposto a perder dinheiro. A gente está no século 21 ainda com a agenda do século 20.”

Maria Luisa Campos Machado Leal, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, trouxe o ponto de vista do governo federal. “Ter uma situação razoável de juros, assim como a taxa de câmbio, nos permite utilizar instrumentos de política industrial da forma que tem que ser, para aumentar a produtividade, que é o que vai garantir o desenvolvimento social.”

Segundo ela, o governo acredita que está aprendendo e avançando na política industrial do país. “Procuramos inovar não apenas na indústria, mas também no setor público, de forma coordenada e produtiva. E esperamos que o que temos feito traga um resultado cada vez maior.”

Fonte: Agência Indusnet Fiesp

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